Artigo, Fábio Jacques - Marielle Franco e a intervenção federal.


Estou achando uma verdadeira loucura. Assassinam uma vereadora e a intervenção federal no Rio de Janeiro é posta em cheque. O que tem uma coisa a ver com a outra?
O frenesi que tomou conta do país nesta sexta feira demonstra que estamos vivendo em um mundo surreal, completamente descolado da realidade e da necessidade.
A primeira pergunta a ser respondida é o porquê da intervenção federal no Rio de Janeiro.
Até agora identifiquei duas respostas divergentes: a primeira, para tentar resolver a situação calamitosa pela qual passa a segurança pública e a segunda, para tentar melhorar a fotografia do Temer que pretende concorrer à reeleição.
Ora, isto não faz qualquer sentido.
Se fosse para resolver o problema da criminalidade, as FFAA deveriam ter liberdade total para agir, cercar os morros, tirar de circulação qualquer bandido ostensivamente armado seja colocando-o atrás das grades, seja antecipando seu encontro com o criador.
Mas Temer quer melhorar a imagem e angariar votos e por isso tenta atender a todas as vozes por mais dissonantes que sejam.
Aí surgem os estrategistas de guerra que pregam: “só atirem nos bandidos após eles atirarem em vocês, primeiro com balas de borracha, e se isto não os levar a se entregarem e continuarem atirando, podem atirar, mas nunca visando a algum ponto vital. Atirem nas pernas ou em algum órgão que apenas os impeça de continuar atirando, sempre procurando preservar ao máximo sua integridade física”.
Uma intervenção de FFAA tem que seguir as técnicas de guerra que são a especialidade das forças interventoras e não às patrulhas do politicamente correto. Ou intervêm ou que tenham a honra de se retirar e deixar que a bandidagem continue reinando e apavorando a população seja de pobres e pretos, seja de brancos e ricos, seja de ricos e negros, seja de pobres e brancos. Até onde sei todos são seres humanos, nascem, vivem e morrem como seres humanos e até têm um pequeno artigo da constituição que os declara iguais perante a lei.
Outra questão que tem que ser respondida é a seguinte:
Se a intervenção tem como objetivo eliminar ou pelo menos reduzir significativamente a bandidagem e o crime, quem se declara contra defende claramente o crime e os criminosos. E no rol dos defensores se encontram todos os partidos e movimentos de esquerda.
Serão os esquerdistas favoráveis ao crime, ao assassinato, ao roubo de cargas, ao tráfico de drogas, ao apavoramento da população principalmente aquela das periferias que é obrigada a conviver permanentemente com traficantes e assassinos? Na minha opinião sincera, sim.
Acho que este tipo de situação calamitosa favorece aos seus anseios pelo poder absoluto. Se o povo se mantiver apavorado permanecerá dependente da proteção do estado, assim como acontece com aqueles propositadamente relegados à pobreza extrema e que permanecerão por gerações nesta situação de dependência de esmolas do governo que nem ao menos oferece uma escola que ensine algo às suas crianças proporcionando-lhes uma porta de saída da miséria através de qualificação para postular algum futuro melhor no mercado de trabalho.
Desta forma pode-se concluir que o objetivo da intervenção nada tem a ver com a segurança da população. De um lado um presidente que quer melhorar sua imagem para poder postular a reeleição e do outro aqueles que não querem que sua imagem melhore e que frustre seus anseios de poder no curto prazo, ou seja, nas eleições de outubro.
Minha conclusão: tudo é apenas um jogo político e de luta pelo poder.
Bandidos de um lado defendendo a intervenção e bandidos de outro lado lutando contra ela. E digo e repito bandidos porque para todos eles o povo que os sustenta não importa. Querem reinar e para eles cada indivíduo é apenas um voto. Até o dia em que o voto já não for mais necessário, momento a partir do qual grande parte dos inocentes úteis que hoje saem com suas bandeiras defendo ideologias totalitárias amargarão profundamente a descoberta de que foram apenas tolos iludidos com um mundo utópico no qual sua posição é no terceiro subsolo das galés.

Fabio Jacques tem mais de 40 anos de experiência em gestão empresarial. Exerceu cargos de chefia e direção em empresas como ATH Albarus (hoje GKN do Brasil Ltda), Dana Albarus S.A., Calçados Bibi, Viação Hamburguesa e Unidasul, dentre outras. É diretor da FJacques - Gestão através de Ideias Atratoras. 


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