Artigo, Luciano Zucco - União de forças na intervenção

Por décadas, as autoridades combateram a escalada da violência com medidas paliativas. O crime se organizou, reuniu-se em facções e expandiu seus negócios. Por outro lado, os investimentos em segurança pública foram minguando com o passar dos governos. As forças policiais, sejam civis ou militares, enfrentam o sucateamento logístico e humano. Os equipamentos e armamentos não conseguem acompanhar os arsenais de ponta das quadrilhas.             

Hoje começamos a reagir e declaramos guerra aos inimigos da sociedade.

Os efetivos do bem já são bem menores do que os regimentos do mal. O soldado do tráfico não precisa de concurso público, apenas do batismo na vida do crime.  Até a burocracia está nos matando. E viemos morrendo pouco a pouco nesses anos todos. Colocamos trancas nas portas, grades nas janelas, alarmes nos carros. Deixamos de sair à noite. Nada disso surtiu efeito. A violência extrapolou as periferias, avançou sobre os bairros de classe média e se instalou bem no meio dos mais abastados. E o nosso amigo policial, que em outros tempos era o herói, passou a ser o bandido com as teses enviesadas e desonestas da política de Direitos Humanos. Hoje, só um lado atira sem ter que se explicar. Quando o PM revida, lá vem um Inquérito Militar. Mas a verdade um dia aparece e cobra caro. Hoje é a sociedade do Rio de Janeiro que pede clemência, que chora seus mortos inocentes e clama por dias melhores. É aquela máxima: quando nada der certo, chame os militares, o braço forte para as horas difíceis. Diante de tanta descrença, seja nos políticos ou nas instituições, existe uma ilha de credibilidade chamada Forças Armadas.


 Já atuei em missões de paz nas favelas cariocas e posso afirmar com toda a tranquilidade: o   inferno que presenciei lá não difere do que hoje acontece em outros Estados, como no Rio Grande do Sul. Porque o crime está conectado, usa os mesmos métodos e equipamentos. PCC, CV, ADA, Bala na Cara. São todas faces diferentes da mesma moeda. Hoje começamos a reagir e declaramos guerra aos inimigos da sociedade. Chegou a hora da sensatez.

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