Produção industrial praticamente estável em novembro sugere queda de 0,9% do PIB no quarto trimestre de 2016

Produção industrial praticamente estável em novembro sugere queda de 0,9% do PIB no quarto trimestre de 2016
A produção industrial avançou 0,2% na passagem de outubro para novembro, descontada a sazonalidade, de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) divulgada hoje pelo IBGE. O resultado foi inferior à nossa projeção e à mediana das expectativas do mercado, de altas de 1,0% e de 1,3% respectivamente, segundo coleta da Bloomberg. Na comparação interanual, a produção caiu 1,1%, acumulando queda de 7,5% nos últimos doze meses.
 
Treze dos vinte e quatro setores pesquisados contribuíram positivamente para a modesta elevação da atividade, com destaque para o grupo de veículos automotores, reboques e carrocerias, que apresentou alta de 6,1% na margem, como já apontado pelos dados de produção de veículos da Anfavea. Em contrapartida, coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis caíram 3,3%, devolvendo a elevação apresentada no mês anterior.
 
Todas as categorias de uso registraram crescimento em novembro, com a produção de bens intermediários subindo 0,5% ante outubro. Já bens de consumo ficaram praticamente estáveis no período, apresentando ligeira expansão de 0,1% na margem. O resultado refletiu a alta de 4,0% da fabricação de bens duráveis, bastante influenciada pela maior produção de veículos automotores, enquanto os bens semiduráveis e não duráveis recuaram 0,5%.
 
A produção de bens de capital subiu 2,5% no período, após quatro quedas consecutivas. Em relação ao mesmo período de 2015, houve alta de 1,1%. Vale destacar que essa elevação é insuficiente para reverter as contrações anteriores. Além disso, os insumos típicos da construção civil apresentaram variação positiva de 0,4%, também aquém do necessário para compensar os declínios recentes.  Diante disso, esperamos nova retração da formação bruta de capital fixo no quarto trimestre.
 

Acreditamos que a produção industrial seguirá em patamar mais baixo no curto prazo, em virtude do recuo recente da confiança do setor, apontado tanto pela FGV como pela CNI. Por ora, esperamos nova alta da produção industrial em novembro (lembrando que indicadores coincidentes importantes serão divulgados na próxima semana e seus resultados podem alterar nossa expectativa). De qualquer modo, estimamos que a produção industrial encerrará 2016 em queda, refletindo o carregamento estatístico dos fortes recuos do ano anterior e a contração acumulada no segundo semestre até novembro. Por fim, as informações disponíveis até o momento sugerem contração de 0,9% do PIB no quarto trimestre de 2016 em relação aos três meses anteriores.

Nenhum comentário:

Postar um comentário