2016, mais um ano que não termina

2016, mais um ano que não termina
1968, como escreveu Zuenir Ventura, pode ter sido o primeiro ano que não terminou. Certamente, 2016 será o segundo. Não só aqui, a depender de Donald Trump, no planeta


Ricardo Noblat

Como os séculos, também os anos não começam ou acabam nas datas previstas pelo calendário gregoriano, promulgado em 1582 pelo Papa Gregório XIII e depois adotado em todo o mundo.

O século XX começou de fato em 1914 com a 1ª. Guerra Mundial. Acabou com a dissolução da então União Soviética em 1991 e a falência do comunismo.

Este século começou em 11 de setembro de 2001 com a série de atentados aos Estados Unidos que mataram quase três mil pessoas e deflagraram a guerra mundial contra o terror.

Por aqui, 2016 foi antecipado em quase um mês quando o deputado Eduardo Cunha, presidente da Câmara, acolheu em 2 de dezembro passado o pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

A ser assim, 2017 não começará tão cedo. Talvez comece quando as delações do fim do mundo tiverem produzido o estrago que se espera delas. Talvez só comece quando acabar a Lava-Jato.

Que ano vivemos! Pela segunda vez nos últimos 24 anos, o Congresso derrubou um presidente da República legitimamente eleito – no caso de Dilma, com 54 milhões de voto.

Assumiu o cargo um político que se elegeu deputado federal pelo pau do canto. A prevalecer a decisão da Justiça do seu Estado, ele jamais poderá ser candidato a nada novamente.

O Supremo Tribunal Federal (STF) prendeu um senador, o primeiro da história do Senado a ser preso no exercício do mandato. Ele era o líder do governo, que ajudaria a depor para ser solto depois.

E o STF afastou pela primeira vez do cargo um presidente da Câmara. Para em seguida afastar o presidente do Senado e, peitado por ele, recuar da decisão em menos de 48 horas.

Reze Temer para não ter igual sorte. Reze muito.


1968, como escreveu o jornalista Zuenir Ventura, pode ter sido o primeiro ano que não terminou. Certamente, 2016 será o segundo. Não só aqui, mas a depender de Donald Trump, no planeta.

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