Amnésia malandra, Darcísio Perondi

       Há poucas semanas, Dilma Rousseff foi provisoriamente afastada da presidência da República, até que o Senado Federal julgue se ela cometeu crime de responsabilidade fiscal. Faz pouco tempo, mas políticos, dirigentes e militantes petistas já começam a apresentar inquietantes sintomas de crise de abstinência do poder. Um dos males provocados por essa síndrome é a amnésia política. Caso contrário, não consigo explicar como e por que eles e seus aliados na claque midiática mercenária se atrevem a sair às ruas e a inundar as redes sociais com protestos contra o que rotulam de "desgoverno" do ora interino presidente Michel Temer.
       Quer dizer, então, que a culpa pela difícil situação em que o Brasil se encontra é de Temer? Com certeza não. 12 milhões de desempregados; 60 milhões de inadimplentes; três anos seguidos de crescimento negativo do PIB; 22 mil leitos no SUS extintos só no ano passado; retorno de 10 milhões de pessoas à linha da pobreza; escândalo de corrupção que devastou a Petrobras; represamento demagógico das tarifas de energia elétrica e dos preços dos combustíveis, propulsor de uma alta do custo de vida; e gigantesco rombo das contas públicas que financiou a mais suja e mentirosa campanha da história republicana para enganar o povo a fim de reeleger Dilma. Tudo isso foi feito nos últimos 13 anos, sob a responsabilidade do PT, de Lula, e de sua trêfega 'criatura', Dilma. É preciso estar desmemoriado ou acreditar nas próprias mentiras, para achar que a previsão de déficit primário neste ano (de R$ 170,5 bilhões) ficou 76,35% maior que o déficit de R$ 96,7 bi, indicado na última previsão da equipe econômica anterior, porque, em menos de sete dias úteis, o governo Temer teria gerado um prejuízo adicional aos cofres públicos da ordem de R$ 66, 7 bi!
       Nada disso faz sentido, como sentido nenhum fazia, muito menos credibilidade oferecia, a tendência da equipe econômica anterior de se acomodar à filosofia do 'me engana que eu gosto', sistematicamente revisando e descumprindo as metas que anunciava, o que levou a sucessivos rebaixamentos do Brasil pelas agências internacionais de classificação de risco.
       No governo Temer, isso acabou: a nova equipe entregará rigorosamente aquilo que tiver prometido e só irá prometer o que definitivamente estiver em condições de entregar. E, de modo a reforçar essa credibilidade, Temer está se cercando de um time de técnicos do mais alto gabarito profissional e excelente reputação no mercado. Além do experiente Henrique Meirelles como Ministro da Fazenda, impecável e seguro na condução da política monetária do governo Lula, esse grupo conta, também, com Ilan Goldfajn na presidência do Banco Central, Mansueto Almeida, novo secretário de Acompanhamento Econômico, e Pedro Parente, na presidência da Petrobras. A esses nomes soma-se o do ministro das Relações Exteriores, José Serra, que resgatará o prestígio da diplomacia brasileira, comprometido pelos alinhamentos ideológicos equivocados do lulopetismo, e ampliará a participação lucrativa do país no comércio mundial.
       O novo governo está ultimando os projetos e propostas de reformas, como a previdenciária, a tributária e a trabalhista. Elas são essenciais para que o Brasil saia da paralisia e reencontre o caminho da prosperidade material, da justiça social, da tranquilidade e da paz.  Portanto, não podem mais ser adiadas.
       As primeiras medidas também já foram anunciadas, como a devolução de R$ 100 bilhões que o BNDES pegou emprestado do Tesouro Nacional, que serão decisivos para evitar a insolvência fiscal; e o orçamento verdadeiro, com teto vinculado a inflação do ano anterior, atitude revolucionária sob a ótica do gasto público. O governo Michel Temer prepara ainda um ambicioso programa de concessões que superará os pontos de estrangulamento da infraestrutura de transporte, logística e comunicações, facilitando a atração de grandes investimentos industriais, comerciais e agrícolas, que multiplicarão as oportunidades de trabalho, criação e distribuição da riqueza.
       No comando dessas e de muitas outras transformações positivas na educação, saúde, habitação, segurança pública, saneamento, ciência e tecnologia, assistência social e redução da pobreza, Michel Temer transforma-se no 'engenheiro' que constrói pontes sólidas entre os Três Poderes, classes sociais e regiões brasileiras, entre o Brasil que temos e o Brasil que queremos, o país da esperança, da confiança, da mudança e das liberdades democráticas.
       Quanto à "amnésia", podem os petistas, imitando Lula, seu ídolo de pés de barro, fingir que se esquecem do mal que causaram ao povo, mas o povo não vai esquecer e saberá construir um grande futuro, aprendendo com os erros do passado.


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