Análise

Wagner Pires

O ‘Estadão’ publica diariamente as intenções declaradas de voto dos deputados federais no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. O placar divulgado às 19 horas desta terça-feira foi de 300 deputados já publicamente declarados a favor do afastamento, 125 contrários e 88 ainda não decididos. Ou seja, faltam 42 votos para aceitar o impeachment na Câmara ou 47 votos para rejeitá-lo. A possibilidade de Dilma permanecer no poder é, praticamente, nula. Mesmo levando-se em consideração o chamado desvio-padrão, que indica a variação possível da média que vem sendo mantida, a presidente tem menos de um por cento de chance de permanecer no poder.

Calculando o desvio-padrão numa distribuição binomial: [n x p x (1-p)]^1/2, onde (n) é igual ao número de deputados da amostra, (p) é igual à probabilidade de sucesso.

O número de deputados da nossa amostra atual é de 425, e a probabilidade de sucesso , que aqui chamamos de favoráveis ao impeachment, é de 71%.

Logo o desvio-padrão = [425 x 0,71 x (0,29)]^1/2 = 9. Portanto o nosso desvio-padrão amostral é de nove deputados.

MÉDIA PROJETADA

Projetando a média amostral dos favoráveis para toda a Câmara, passamos a ter 72% de 513 = 0,72 X 513 = 369 deputados favoráveis ao impeachment.

Logo, se tirarmos três desvios-padrão dessa média, teremos a contagem estatística mínima em favor do impeachment. Vamos lá: 369 menos três desvios-padrão = 369 – (3 X 9) = 369 – 27 = 342 deputados, que é exatamente o número mínimo necessário para o impedimento de Dilma.

Lembro aos leitores e amigos da Tribuna da Internet que três desvios-padrão correspondem a 99,9% da possibilidade de ocorrência de um número dentro de uma distribuição aproximadamente normal.


Portanto, estamos achando aqui o número mínimo de deputados que irão votar a favor do impeachment com 99,9% de chances de acerto. E esse número é exatamente de 342 deputados necessários para expulsar Dilma do Planalto.

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